Oficina de tradução comentada de textos filosóficos latinos: percepção e visão nos conimbricenses
From: 2011-03-04 To:2011-06-03
Thematic Line
Medieval & Early Modern Philosophy
Tradução comentada de textos filosóficos latinos (2011)
O Gabinete de Filosofia Medieval promove uma Oficina de tradução comentada de textos filosóficos latinos (metodologia e opções de tradução; interpretação do texto; discussão das posições, fontes e influência das teorias).
Em 2011 os textos seleccionados versarão as teorias da visão, da luz e das cores nos comentários aristotélicos dos jesuítas de Coimbra, publicados entre 1592 e 1606.
As sessões decorrem na primeira sexta feira de cada mês, das 17h às 19h. Porto, Faculdade de Letras, sala 103:
- 4 de Março - sala 103, 17h-19h: In quatuor libris De coelo Aristotelis, Lib. II, cap. 7, q. 2, art. 1
- 1 de Abril - sala 103, 17h-19h (mesmo texto)
- 6 de Maio - sala 103, 17h-19: In quatuor libris De coelo Aristotelis, Lib. II, cap. 7, q. 3, art. 1-3
- 3 de Junho - sala 103, 17h30-19h30: In libros Meteororum Aristotelis, Tract. IV, cap. 3.
A oficina de 2011 é dirigida por Maria da Conceição Camps que seleccionou um conjunto de textos cuja tradução orientará nas sessões previstas. Os textos a traduzir e discutir têm interesse para a filosofia do conhecimento, as teorias da percepção, a psicologia da visão e das cores, as teorias da imagem, a teoria e história da arte, história da ciência.
A participação é aberta a todos os interessados. Certificado atribuído aos inscritos que participem nas sessões.
Inscrições (gratuitas mas indispensáveis): [email protected]
« A visão é tida como o mais excelente de todos os sentidos. Primeiro porque usa para as suas funções as imagens transmitidas através do diáfano iluminado, mais subtis e mais libertas de resíduos da matéria, e não recebe do objecto qualquer mudança real, mas apenas nocional, como por exemplo, não embranquece quando vê o branco. Segundo, porque a sua acção é rapidíssima, pois ocorre num instante. Terceiro, porque atinge as coisas de maior extensão. Quarto, porque (omitindo as restantes prerrogativas) abarca muitas diferenças das coisas, visto que fruímos com a beleza da luz, observamos os enfeites e a arquitectura do mundo, distinguimos a variedade das cores, compreendemos o repouso, o movimento, o lugar, a proporção, o número, a forma, o tamanho de todos os corpos. Por isso, nenhum sentido é mais idóneo para comparar o conhecimento com a própria descoberta. »
Sobre os três livros do tratado da alma [Coimbra, 1598], trad. M.C. Camps, Ed. Sílabo, Lisboa, 2010, p. 337.
Maria da Conceição Camps é doutoranda em Filosofia na FLUP, onde prepara uma tese sobre A Psicologia da visão no comentário ao De anima dos Jesuítas de Coimbra, em cujos trabalhos de investigação esta oficina se integra. Tem licenciaturas em Direito e em estudos clássicos e é mestre em Filosofia Medieval pela FLUP.
Dossier de textos de trabalho:
- 1ª e 2ª sessões: In quatuor libris De coelo Aristotelis, Lib. II, cap. 7, q. 2, art. 1, Olisipone 1593, pp. 255-257.
- 3ª sessão: In quatuor libris De coelo Aristotelis, Lib. II, cap. 7, q. 3, art. 1-3, Olisipone 1593, pp. 258-262.
- 4ª sessão: In libros Meteororum Aristotelis, Tract. IV, cap. 3.
- O curso conimbricense, Lisboa-Coimbra 1592 - 1606 (acesso à edição princeps das 8 obras em pdf).
Sobre o latim como língua filosófica:
- Hamesse, Jacqueline (éd.), Aux origines du lexique philosophique européen. L'influence de la latinitas, (TEMA, 8) FIDEM, Louvain-la-Neuve, 1997.
- Hamesse, Jacqueline - Steel, Carlos (éd.), L' élaboration du vocabulaire philosophique au Moyen Âge. Actes du Colloque Internationale de Louvain-la-Neuve et Leuven, (Rencontres de philosophie médiévale, 8), Brepols, Turnhout, 2000.
- Duby, Georges (org.), A civilização latina. Dos tempos antigos ao mundo moderno, (col. Anais, 13) Ed. D. Quixote, Lisboa, 1989.
Organização: Projecto Imago Mundi e projeto Filosofia Escolástica Ibérica do GFM/IF
Financiamento e apoio: FCT / FLUP.