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Seminário Aberto de Estética | Da performance à profanação. Alberto Pimenta e Giorgio Agamben

From: 2023-12-14 To:2023-12-14

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    Modern & Contemporary Philosophy
  • Research Group


    Aesthetics, Politics & Knowledge
  • 14 de dezembro 2023 | 13h30
    Sala do Departamento de Filosofia
    (Torre B - Piso 1)

    Faculdade de Letras da Universidade do Porto

    Entrada livre

     

    Ciclo de Seminários Abertos de Estética | 2023-2024

     

    Da performance à profanação. Alberto Pimenta e Giorgio Agamben

     

    Lúcia Evangelista*
    (Instituto de Filosofia da Universidade do Porto)

     

    O primeiro livro de Alberto Pimenta, O Labirintodonte data de 1970. A sua primeira performance Homo sapiens é de 1977.  Desde então, o autor vem publicando quase ininterruptamente — seu mais recente poema publicado é deste ano de 2023 — e também levando a cabo centenas de atos performativos. Em toda sua vastíssima produção, Pimenta sempre insistiu numa postura implacável, muito ácida em relação à cultura, mas, por outro lado, também sempre mantendo um diálogo muito apaixonado com a tradição. Lado a lado com a verve satírica, o trabalho de transformação do cânone, a dessacralização dos ritos artísticos e culturais, será na desestabilização do sistema de crenças que sustenta o sistema capitalista que a obra pimentiana se revelará enquanto gesto de inoperação e de transformação, enquanto gesto profanador, na concepção do filósofo italiano Giorgio Agamben.

    A tese de Agamben é que a «crise da arte no nosso tempo é, na realidade, uma crise da poesia, da [poíesis]» (L´uomo senza contenuto, 1974). É sob uma crítica à tradição político-filosófica que vinculou todo o fazer humano a uma esfera de práxis que o autor retoma o sentido grego de poíesis. Para Agamben, «o homem que perdeu o seu estatuto poético não pode simplesmente reconstruir em outro lugar a própria medida» («Le philosophe Giorgio Agamben: "La pensée, c'est le courage du désespoir”», 2012). E nisto estaria a grande força de gestos artísticos contemporâneos quando, «nada vem à presença senão a privação de uma potência que não chega a encontrar em lugar algum a própria realidade» (L´uomo senza contenuto, 1974).

     Partindo de um percurso teórico mais amplo acerca da arte da performance, este Seminário Aberto procurará desenvolver alguns pontos que relacionam este campo artístico com um processo de inoperação e de profanação.  A obra de Alberto Pimenta é o ímpeto para pensar como a arte continua a traçar seus modos de resistência diante de um modelo econômico exercido na cooptação dos gestos criativos, na espetacularização do excêntrico e na cultura financeirizada.

     

    * Lúcia Evangelista tem dedicado sua investigação à poesia portuguesa moderna e contemporânea, à poesia brasileira moderna e contemporânea, aos estudos interartísticos e aos entrecruzamentos entre estética e política. É doutorada em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto com a tese Alberto Pimenta: poesia, performance, profanação. É mestre em Estudos Literários Culturais e Interartes pela mesma instituição com a tese Vida em comum: a poética de Adília Lopes. Investigadora colaboradora do Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, também colabora com o Grupo Aesthetics, Politics and Knowledge do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e com o Projeto POEPOLIT II da Universidad de Vigo. Foi bolseira da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia - Portugal e de Iniciação Científica pelo CNPQ- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil. É licenciada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará.

     

     

    Organização:
    Eugénia Vilela
    Research Group Aesthetics, Politics and Knowledge
    Instituto de Filosofia da Universidade do Porto - UIDB/00502/2020
    Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

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