A perfeitíssima ciência e os futuros contingentes
From: 2023-04-20 To:2023-04-20
Thematic Line
Medieval & Early Modern Philosophy
Research Groups
Aristotelica Portugalensia
Reason, Politics & Society
Seminário de investigação
Os debates sobre a contingência na história da filosofia
Sessão 2 (em 3 partes)
A perfeitíssima ciência e os futuros contingentes.
Leitura e comentário de Tomás de Aquino, Suma de teologia, I, q. 14.
José Francisco Meirinhos (Departamento de Filosofia - FLUP / IF-UP)
20 de abril | 16h00-18h00 | Sala de Reuniões 2
Parte I | O conhecimento perfeito, os seus modos e objetos (art. 1-8, 15-16)
18 de maio | 16h00-18h00 | Sala de Reuniões 2
Parte II | O conhecimento perfeito e os seus objetos elusivos (art. 9-14)
22 de junho | 16h00-18h00 | Sala 202
Parte III | O caso dos futuros contingentes (art. 13)
Discussão:
O que é conhecimento? O que é o conhecimento perfeito? O perfeito conhecimento pode incluir o conhecimento de não existentes ou de factos contingentes futuros? A questão 14 da primeira parte da Suma de Teologia de Tomás Aquino (1215-1274) ocupa-se da Ciência de Deus, ciência no sentido subjetivo, isto é, do conhecimento que o próprio Deus, ente perfeito e omnipotente, tem. Tomás de Aquino começa por defender que o conhecimento que Deus tem é a perfeitíssima ciência. Dessa simples afirmação decorrem múltiplas dificuldades que é necessário resolver, desde logo compreender que conhecimento perfeito é esse e, em seguida, enfrentar as difíceis questões sobre como pode ocorrer o conhecimento de diferentes objetos, alguns deles propriamente perfeitos, como o conhecimento de si, e outros elusivos, cuja existência cognitiva atual é ela mesma problemática: os não entes, o mal, os singulares, as coisas infinitas, as escolhas futuras de agentes livres, os enunciáveis. As respostas de Tomás de Aquino terão uma longa posteridade, com múltiplas ramificações metafísicas e epistemológicas, suscitando por vezes acesas polémicas, ou desenvolvimentos inovadores.
A leitura será orientada para compreender o problema do possível conhecimento dos futuros contingentes, em particular se há acontecimentos contingentes futuros que dependam das escolhas de agentes livres.
Tomás de Aquino tratou os mesmos problemas em diversos outros textos que serão também tidos em conta, em particular De veritate, q. 2; De malo, q. 16.
As sessões integram-se no Seminário de investigação "Os debates sobre a contingência na história da filosofia” do projeto de investigação "Será que Deus conhece os contingentes? A origem da doutrina da ciência média no século XVI" (EXPL/FER-FIL/1410/2021) - https://ifilosofia.up.pt/projects/scientia-media
Organização:
João Rebalde, José Meirinhos, Paula Oliveira e Silva
Projeto "Será que Deus conhece os contingentes? A origem da doutrina da ciência média no século XVI" (EXPL/FER-FIL/1410/2021) - https://ifilosofia.up.pt/projects/scientia-media
Medieval and Early Modern Philosophy TL / Gabinete de Filosofia Medieval
Instituto de Filosofia da Universidade do Porto - UIDB/00502
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)